Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida

O coordenador técnico da equipe de bocha adaptada de São José dos Campos, José Guardia, o Zezinho Guardia, vai comandar a seleção brasileira de bocha paralímpica, na categoria BC3. O convite foi feito pela Ande (Associação Nacional de Desporto para Excepcionais).

Aos 36 anos, Zezinho é o atual treinador das equipes de base e do alto rendimento de São José e irá conciliar os trabalhos da equipe joseense com a seleção brasileira que se reúne a partir deste domingo (28).

Seu primeiro compromisso como técnico será comandar a seleção na Copa América de Bocha Paralímpica, entre os dias 6 e 14 de dezembro, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. A Copa América é uma das principais competições do continente americano e é classificatória para os Jogos de Paris 2024.



“Esse convite chegou após o encerramento do ciclo de Tóquio (Jogos Paralímpicos). Foi uma surpresa, porque eu já estava atuando em outra função na seleção, como analista de desempenho. Houve mudanças e o convite veio. Eu projetava essa oportunidade a longo prazo e ela foi muito bem vinda. as oportunidades surgem e temos que aproveitá-las.”

Segundo ele, a transição de função vai exigir mais estudos e preparação. “Eu sou um dos técnicos mais jovens do grupo da seleção e os profissionais que estão lá dentro têm uma bagagem imensa. Então essa confiança que está sendo depositada no que eu posso fazer é muito importante e valoriza o trabalho que já realizamos, mas com uma responsabilidade imensa junto”, disse.

Ainda segundo Guardia, a classe BC3 da bocha tem muitas conquistas e é uma das grandes potências esportivas do país. “Estou alegre e muito feliz, mas junto com isso toda essa responsabilidade para manter a classe BC3 no nível mais elevado de competitividade”.

Convocações

Zezinho já atua na seleção brasileira de bocha adaptada desde 2018. Desde então, exerceu funções como analista de desempenho coletando informações sobre os principais adversários e sobre o desempenho da seleção brasileira.

Será a primeira vez que assumirá a posição de técnico. Zezinho irá atuar ao lado do técnico Glênio Fernandez na escolha dos atletas, nos treinamentos e na preparação da equipe brasileira visando os jogos de Paris 2024. A modalidade que passou a ser dividida por gênero passa a ter dois técnicos no comando da seleção.


“É sempre uma honra representar nosso país, independente da função que você exerça. Desde pequeno, todos que praticam algum esporte sonham em representar seu país. E no meu caso, como profissional da área da educação física, é um prazer imenso e um orgulho. É também o reconhecimento do trabalho ao fazer parte de um grupo seleto de profissionais”, disse.

Trajetória

Entre as principais participações em competições na seleção brasileira estão o Open Regional de São Paulo e o no World Boccia Championships em Liverpool, na Inglaterra, em 2018. No ano seguinte, 2019, integrou a seleção em competições como os Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, e da Copa América, em São Paulo, e em 2021, dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão.

História com a bocha

Mas sua história com a bocha começou antes, há 13 anos. “Tive a oportunidade de ter contato com a modalidade no meu primeiro ano de estágio e a partir deste momento fiquei fascinado. Conheci o esporte através do atleta Antônio Leme, o Tó, que hoje integra a nossa equipe. Eu além de técnico sou assistente dele em jogo. O primeiro contato foi com ele. Fiquei com aquele sentimento bom de fazer parte da bocha adaptada. Eu não a escolhi, foi a bocha que me escolheu”, disse.


Na secretaria de Esportes, Zezinho atua com a bocha adaptada desde 2013 na função de professor nas escolinhas de iniciação da Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida. Atualmente também coordena a equipe de alto rendimento da (APPD - Associação das Pessoas Portadoras de Deficiência de São José dos Campos).

Segundo ele, o trabalho com PCDs ocorreu de forma natural. “Eu me sentia bem e realizado com aquele trabalho e de ver o quanto a minha atuação e de outros colegas contribuíram de forma prática no dia a dia na vida daquelas pessoas com grandes comprometimentos físicos. Então foi uma troca muito boa e eu me senti cada vez mais parte da modalidade. Hoje não me vejo fora do meio paralímpico”, disse.

Zezinho destacou o apoio da Prefeitura no desenvolvimento da modalidade. “São José dos Campos é uma das poucas cidades do país que investem na modalidade com escolinhas de iniciação, desde a base. A prefeitura também dá suporte e apoio para o alto rendimento através da LIF. Hoje o trabalho desenvolvido em São José é referência de forma estrutural em todo o país. Então todo esse conjunto faz com que o trabalho tenha força, projeção e capacidade de crescimento, onde o atleta pode passar por todo o processo: conhecimento, aprendizado, evolução e encaminhamento para equipe com todo suporte necessário, como transporte, alimentação e equipamentos. Então o apoio é de extrema importância para o desenvolvimento da modalidade.”